Família composta por avós, crianças e jovens sentados no sofá concentrados, cada um, em um aparelho tecnológico. Conceito de distração passiva.

Distração passiva e aumento da miopia em crianças e jovens

O uso indiscriminado das tecnologias tem gerado o que a ciência médica está caracterizando como Distração Passiva. É bem verdade que uma das consequências graves trazidas pela pandemia, desde 2020, foi o aumento dos casos de problemas visuais tanto para adultos como para adolescentes e crianças. Estes dois últimos, certamente, os mais prejudicados devido ao excesso de exposição a telas eletrônicas. Não haveria tanta preocupação, se este hábito não tivesse continuado após a liberação do isolamento social e a volta à rotina familiar.

Distração Passiva enquanto atitude humana 

Distração Passiva é um termo que pode ser usado para descrever um estado de distração em que uma pessoa está desatenta ou desconectada do que está acontecendo ao seu redor. Isso é capaz de acontecer quando alguém está envolvido em uma atividade monótona ou entediante, quando está cansado ou desinteressado, ou quando há distrações externas que competem pela atenção.

O excesso de uso das novas tecnologias têm provocado um novo comportamento que vem sendo denominado como distração passiva. A imagem retrata um grupo de jovens acomodados em uma sala de estar, cada um com seu celular ou tablet.

Nos casos em geral, a distração passiva afeta a visão de uma pessoa quando, por falta de atenção ou o foco insuficiente, a percepção do que está sendo visto se torna menos precisa. Por exemplo, se alguém está distraído enquanto dirige, sua capacidade de perceber informações visuais importantes, como placas de trânsito, pedestres ou outros veículos, pode estar comprometida, aumentando o risco de acidentes.  

Sendo assim, é importante tomar medidas para minimizá-la em situações que exigem atenção e foco, como ao dirigir, operar máquinas, realizar tarefas críticas ou em qualquer situação em que a visão desempenha um papel fundamental na segurança e na eficácia de alguma ação.

Distração Passiva e seus efeitos na acuidade visual 

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), houve avanço significativo da miopia, em torno de 70% , na faixa etária que se estende até os 19 anos, desde o surgimento da Covid-19. Tudo isso é gerado pelo esforço para enxergar de perto as telas dos aparelhos eletrônicos como smartphones, TVs e tablets. A sobrecarga da musculatura ocular provocou o crescimento ou desenvolvimento da miopia, especialmente em adolescentes e crianças.  

Entretanto, a distração passiva não gerou apenas miopia, ela também trouxe uma série de outros problemas na saúde dos olhos das crianças e adolescentes, como cansaço visual, fadiga ocular, alterações da superfície do olho, inflamação, vermelhidão, piora da síndrome do olho seco, irritação, coceira, sensação de corpo estranho nos olhos, entre outros.

Menininha frente ao notebook, segurando os óculos com uma das mãos, enquanto a outra aperta os olhos. Demonstra claramente incômodo visual.

Os efeitos oculares, a longo prazo, da distração passiva, por meio da utilização inadequada do aparelho celular e dos outros dispositivos digitais portáteis ainda são desconhecidos. No entanto, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), numa publicação produzida pelo Grupo de Trabalho de Oftalmologia Pediátrica, já aponta as repercussões que esse hábito pode causar a curto prazo na visão dos jovens e crianças. Segundo os oftalmologistas pediátricos, entre os sintomas relatados estão efeitos na acomodação,  na superfície e motilidade ocular e associação aos fatores de risco para miopia, acompanhados de outros sintomas extraoculares como dores nas costas, no ombro e pescoço e cefaleia. 

Medidas para amenizar os efeitos da distração passiva

Entre as medidas sugeridas para amenizar os efeitos da distração passiva, independente da idade estão:

  • limitar o tempo de tela de acordo com a faixa etária – entre dois e cinco anos 1h por dia, dos 6 aos 10 anos não mais que duas horas por dia (sem ficar direto), dos 11 aos 18 anos de 2 a 3 horas por dia (com supervisão) e para os adultos, 4 a 5 horas, com pequenas pausas num período de uso de 20 a 30 minutos;
  • piscar com maior frequência para estimular a hidratação dos olhos; 
  • descansar os olhos fitando objetos ou locais que estejam distantes; 
  • avaliar junto a um especialista a necessidade do uso de lágrimas artificiais, no caso de adultos; 
  • manter as telas à distância de um braço e em um ângulo ligeiramente descendente do rosto; 
  • configurar a tela do computador, inclusive contraste e brilho, para que seja confortável aos olhos; 
  • usar óculos com filtros especiais que bloqueiam a incidência da luz azul emitida  pelas telas digitais;
  • submeter-se à luz solar sempre que possível ( fator protetivo sobre a incidência de miopia). 
Adolescentes deitados na grama em forma de círculo e fazendo "joinha" com as mãos.  Referência à limitação do uso de telas em favor do convívio em meio à natureza.

Sistema de Oftalmologia Integrada em Porto Alegre

O Sistema de Oftalmologia Integrada, fundado em 16 de janeiro de 2012, é uma Rede de Clínicas voltada exclusivamente à saúde ocular da população.

Nosso esforço é voltado a prestar um atendimento integral baseado em quatro pilares: prevenção, diagnósticos precisos, tratamentos clínicos e cirúrgicos resolutivos.

Atualmente, a Oftalmologia Integrada atende em três grandes polos de saúde, Serra Gaúcha, Porto Alegre e Região Metropolitana, promovendo de modo sustentável e inovador a gestão de recursos na assistência oftalmológica.

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