O glaucoma é uma das principais causas de cegueira no mundo, afetando milhões de pessoas, especialmente aquelas com mais de 60 anos. De acordo com a Associação Mundial de Glaucoma, 80 milhões de pessoas possuem a doença em todo o mundo e é considerada a segunda causa de cegueira irreversível.
No Brasil, segundo o CBO, as estimativas apontam que mais de 1,7 milhão de pessoas devem ter glaucoma, tais dados foram apontados no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022.
Frequentemente, o glaucoma está associado ao aumento da pressão intraocular (PIO), o que pode danificar o nervo óptico, responsável por transmitir informações visuais do olho para o cérebro. Se não controlada, a doença pode levar à perda de visão, em casos graves.
Entre os fatores de risco para o glaucoma estão inclusos: histórico familiar, idade avançada, diabetes, hipertensão, miopia e uso prolongado de corticosteroides. Além disso, algumas etnias, como afro-americanos, latino-americanos e asiáticos, apresentam maior predisposição à doença. Vale destacar que a genética também desempenha um papel significativo no seu desenvolvimento; existem estudos identificando várias mutações genéticas associadas à condição.
Os tipos de glaucoma
Existem vários tipos de glaucoma. Entre os principais estão:
- Glaucoma de ângulo aberto: este é, sem dúvidas, o tipo mais comum da doença, representando cerca de 90% dos casos. Nesta forma, a drenagem do humor aquoso – o fluido no interior do olho – é prejudicada, levando ao aumento gradual da PIO. Geralmente, neste caso, ele é assintomático nas fases iniciais, tornando crucial a realização de exames oftalmológicos regulares para detecção precoce;
- Glaucoma de ângulo fechado: este tipo ocorre quando o ângulo entre a íris e a córnea é estreito, obstruindo abruptamente a drenagem do humor aquoso. Esta condição pode causar um aumento rápido e doloroso da PIO, necessitando de tratamento imediato para prevenir danos permanentes ao nervo óptico. Entre seus sintomas pode-se incluir dor intensa nos olhos, visão embaçada, halos ao redor das luzes e náuseas.
Não tão comuns quanto os dois tipos anteriores, pode-se citar:
- Glaucoma congênito: caracteriza-se pela má formação no sistema de drenagem do humor aquoso que ocorre em recém-nascidos e crianças. Caso haja o aumento da pressão intraocular durante a formação do feto, a criança pode já nascer com a doença. Os sintomas são lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade, perda do brilho da região da íris e aumento do volume do globo ocular;
- Glaucoma secundário: este surge em razão de fatores externos como o aumento da pressão intraocular após doenças inflamatórias, catarata avançada, alteração dos pigmentos naturalmente existentes dentro dos olhos, hemorragia e obstrução de vasos intraoculares. Outra importante causa deste tipo é o uso de colírios corticoides por tempo prolongado, especialmente sem indicação e/ou acompanhamento do médico oftalmologista.
A detecção precoce do glaucoma é fundamental para prevenir a progressão da doença e a perda definitiva da visão. Os exames diagnósticos incluem tonometria, que mede a pressão intraocular; exame de campo visual, que avalia a perda de visão periférica; e a oftalmoscopia, que examina o nervo óptico. A gonioscopia é utilizada para avaliar o ângulo de drenagem do olho, ajudando a distinguir entre os diferentes tipos de glaucoma.
Tratamentos para a doença ocular
O objetivo dos tratamentos para o glaucoma é reduzir a pressão intraocular para níveis seguros, prevenindo danos adicionais ao nervo óptico. As opções incluem medicamentos, como colírios que diminuem a produção de humor aquoso ou aumentam sua drenagem, e intervenções cirúrgicas. Estas podem ser a laser, como a trabeculoplastia para glaucoma de ângulo aberto, ou procedimentos invasivos, como a trabeculectomia, que cria uma nova via de drenagem para o humor aquoso.
Apesar das opções terapêuticas disponíveis, a adesão ao tratamento é um desafio significativo. Isso porque muitos pacientes enfrentam dificuldades em segui-lo corretamente, comprometendo sua eficácia. Além disso, a monitorização regular é fundamental, já que a doença pode progredir mesmo sob regime terapêutico. Estudos demonstram que a educação do paciente e o acompanhamento próximo são essenciais para melhorar os resultados da terapia.
Por outro lado, é preciso entender que a pesquisa contínua é vital para compreender melhor o glaucoma e desenvolver novas terapias. Avanços em técnicas de imagem, como a tomografia de coerência óptica (OCT), proporcionam uma visualização detalhada das estruturas oculares, permitindo a detecção precoce e o monitoramento da progressão da doença. Além disso, novas abordagens terapêuticas, incluindo terapias genéticas e neuroprotetoras, estão sendo exploradas para proteger o nervo óptico e preservar a visão.
Sem dúvidas, o glaucoma é uma doença complexa e potencialmente devastadora que requer atenção constante e cuidados especializados. Por isso, a detecção precoce, o tratamento adequado e a adesão ao regime terapêutico são essenciais, a fim de controlar a doença e prevenir a perda de visão.
Além disso, com a evolução das tecnologias e pesquisas, há esperança de que novas estratégias de tratamento possam oferecer melhores resultados e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com glaucoma.
Sistema de Oftalmologia Integrada em Porto Alegre
O Sistema de Oftalmologia Integrada, fundado em 16 de janeiro de 2012, é uma Rede de Clínicas voltada exclusivamente à saúde ocular da população.
Nosso esforço é voltado a prestar um atendimento integral baseado em quatro pilares: prevenção, diagnósticos precisos, tratamentos clínicos e cirúrgicos resolutivos.
Atualmente, a Oftalmologia Integrada atende em três grandes polos de saúde, Serra Gaúcha, Porto Alegre e Região Metropolitana, promovendo de modo sustentável e inovador a gestão de recursos na assistência oftalmológica.