Mulher sentada frente à lareira segura uma xícara de chá.

O inverno e os cuidados com a saúde ocular

O inverno traz consigo mudanças climáticas significativas e não se pode negar que elas afetam a saúde geral das pessoas. Recentemente, passamos pelo maior desastre ambiental no Brasil por conta das cheias dos rios que atingiram mais de 450 cidades do Rio Grande do Sul. No final de maio, o estado contabiliza 169 mortos, 44 desaparecidos e 629,2 mil pessoas fora  de casa. 

As consequências dessa tragédia ainda estão sendo sentidas pela população do estado e, somando-se a elas, a chegada do frio, típico da estação, traz novos desafios para manter-se saudável.  Na região sul, especialmente, as temperaturas mais baixas, os ventos fortes e a menor umidade, podem trazer inúmeros problemas para a saúde geral das pessoas, e aqui se inclui a saúde ocular.  

Nesta estação, é importante estar ciente dos riscos associados a doenças oculares e tomar medidas para proteger a visão. Reforça-se essa questão se pensarmos na quantidade de gaúchos que foram atingidos pelas águas contaminadas das enchentes e que necessitam de cuidados redobrados. Por isso, no inverno, as pessoas que apresentarem olhos vermelhos, secreção ocular, coceira ou ardência nos olhos, especialmente as que tiveram contato com as águas contaminadas das enchentes do sul, devem buscar atendimento oftalmológico. 

Mulher jovem protege-se do frio do inverno usando casaco de lã e manta cinzas, e também uma toca de lã branca e cinza-claro sobre os cabelos.

Estes sintomas podem ser indício de problemas como alergias, síndrome do olho seco, conjuntivites, ou ainda, outros mais graves como é o caso do glaucoma e da catarata. Sendo assim, é essencial saber quais são as medidas de prevenção mais indicadas para preservar a saúde ocular. 

Seus olhos merecem cuidados especiais no inverno! 

A Sociedade de Oftalmologia do RS, no inverno, busca alertar a população sobre os cuidados que se deve ter com os olhos. Entre as doenças oculares mais comuns desta estação estão a Síndrome do Olho Seco e as Conjuntivites. No entanto, nesta época, agravada pela situação das cheias, também podem aumentar as chances de desenvolver Blefarite e Ceratite. 

Conjuntivite viral:   condição ocular bastante comum durante o inverno, a conjuntivite viral é uma inflamação da conjuntiva causada por vírus, em geral o  mesmo tipo que pode provocar os  resfriados. A inflamação pode acometer apenas um olho ou então afetar os dois olhos.

Os vírus que causam essa infecção podem se espalhar facilmente em locais fechados, como as salas aquecidas, nas quais as pessoas tendem a passar mais tempo durante esta estação. 

A conjuntivite viral causa sintomas como coceira, ardência, vermelhidão, lacrimejamento, secreção nos olhos e fotofobia. Deve-se evitar coçar os olhos e higienizar as mãos regularmente para prevenir a propagação da infecção. Além disso, é importante não compartilhar objetos pessoais, roupa de banho e cama e equipamentos eletrônicos, como celulares, por exemplo.  

Close de olho masculino extremamente avermelhado em razão de uma conjuntivite.

Conjuntivite bacteriana: a conjuntivite bacteriana é uma infecção da camada externa do olho que pode ocorrer em todas faixas etárias, ainda que ocorra mais em crianças do que em adultos. 

Ela é uma condição muito contagiosa e, por isso, é essencial tomar cuidado para não espalhar a infecção. Os sintomas principais se assemelham à conjuntivite viral: vermelhidão do olho, secreção ocular espessa, sensação de ardor, coceira e dor no olho afetado. Além disso, as pálpebras podem ficar inchadas e pegajosas. 

Para tratar a conjuntivite bacteriana é comum o tratamento com antibióticos para limpar a infecção e para evitar a sua disseminação para os demais.

Síndrome do olho seco

Sem dúvidas, entre as doenças oculares mais comuns durante o inverno está a Síndrome do Olho Seco. Isso porque o ar frio e seco reduz a umidade do ambiente, levando à evaporação mais rápida das lágrimas que lubrificam a superfície dos olhos. 

Essa condição dobra sua incidência nesta época não só por causa da baixa umidade, mas também devido ao aumento da poluição, ao uso constante de climatizadores nos ambientes, à vida digital intensa e ao uso de lentes de contato.

A síndrome do olho seco apresenta sintomas como vermelhidão, irritação, coceira, visão borrada, sensação de areia nos olhos, fotofobia e desconforto após ver TV, ler ou fazer uso prolongado do computador ou de outras telas digitais. 

Homem jovem, vestindo moletom marrom, tem as mãos sobre os olhos indicando sinal de desconforto ocular em razão do uso de computador em ambiente climatizado no inverno.

Para aliviar seus sintomas, recomenda-se manter as mãos limpas, não coçar os olhos, evitar ambientes climatizados  e piscar voluntariamente quando estiver usando computador ou outras tecnologias. Também pode-se utilizar colírios ( lágrimas artificiais) ou umidificadores de ar em ambientes que estejam fechados como forma de prevenção. 

Ceratite  

Expor-se de maneira prolongada ao vento frio, no inverno, causa ressecamento da superfície ocular, o que aumenta a chance de desenvolver ceratite – inflamação da córnea – e agravar outras condições oculares preexistentes, como a alergia ocular, por exemplo. Para reduzir a exposição ao vento e proteger os olhos desta condição ocular deve-se usar óculos de sol ou de proteção.  

A ceratite pode surgir devido a uma série de fatores, sobretudo por lesões ou infecções causadas por vírus, fungos, bactérias ou parasitas. Considerando  a situação das enchentes no RS, é bastante provável o surgimento deste tipo de doença ocular. Por isso, no caso de sintomas como dor, vermelhidão, fotofobia e visão embaçada, deve-se procurar atendimento oftalmológico o quanto antes.   

É importante fazer o tratamento de forma correta e precoce. Dessa maneira, a condição evolui de forma favorável sem perda de visão. Porém, em alguns casos, pode levar a complicações graves como a inflamação crônica da córnea, úlcera de córnea, edema da córnea, redução temporária ou permanente da capacidade de visão, entre outras.

Blefarite 

A blefarite  – inflamação das pálpebras – tem como causa principal o acúmulo de óleo nos folículos pilosos. Durante o inverno, a produção de óleo nas glândulas palpebrais pode aumentar, agravando sintomas da condição como coceira, inchaço e formação de crostas. Ela pode se apresentar na forma aguda ou crônica. 

Jovem de olhos claros apresenta uma inflamação ocular nas pálpebras que estão avermelhadas.

Blefarite ulcerativa aguda é causada geralmente por uma infecção bacteriana da margem das pálpebras até os cílios; a pestana e as glândulas meibomianas também estão envolvidas. Ela também pode surgir devido a um vírus. Em geral, as infecções bacterianas normalmente formam mais crostas do que as virais, que geralmente apresentam uma secreção serosa mais clara.

Blefarite crônica é uma inflamação não infecciosa de causa desconhecida. Esta forma da doença, devido ao seu caráter crônico e cíclico, alterna períodos de agravamento com períodos assintomáticos. 

Manter os olhos saudáveis, durante o inverno, exige atitudes importantes como medidas preventivas. Entre elas, proteger os olhos do vento usando óculos de sol ou de proteção, manter os olhos lubrificados com lágrimas artificiais ou umidificadores de ar, lavar as mãos regularmente e evitar tocar os olhos para impedir contaminações. E, se ainda assim surja alguma dessas doenças, não exite em buscar atendimento com seu oftalmologista.

Sistema de Oftalmologia Integrada em Porto Alegre   

O Sistema de Oftalmologia Integrada, fundado em 16 de janeiro de 2012, é uma Rede de Clínicas voltada exclusivamente à saúde ocular da população.

Nosso esforço é voltado a prestar um atendimento integral baseado em quatro pilares: prevenção, diagnósticos precisos, tratamentos clínicos e cirúrgicos resolutivos.

Atualmente, a Oftalmologia Integrada atende em três grandes polos de saúde, Serra Gaúcha, Porto Alegre e Região Metropolitana, promovendo de modo sustentável e inovador a gestão de recursos na assistência oftalmológica.

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