Você sabia que a Síndrome de Down e problemas oculares estão relacionados?Os dados do IBGE informam que, no Brasil, existem cerca de trezentas mil pessoas portadoras da Síndrome de Down e um dos seus principais sintomas são os problemas de visão. As pessoas que têm a Síndrome de Down têm mais chances de ter alguns problemas que são comuns ao resto da população, como por exemplo o erro refracional (Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo) que leva à necessidade do uso de óculos.
Síndrome de Down e problemas oculares: quais são?
Na Síndrome de Down também são mais comuns os casos de lacrimejamento por conta da obstrução do canal da lágrima, ou pelo mal posicionamento dos cílios por conta dos olhos dos portadores serem mais puxados. A Catarata, mais frequente em pessoas idosas, é um quadro que pode se desenvolver mais cedo nas pessoas que apresentam a alteração no cromossomo 21.
Quais são as dicas para os pais de crianças com Síndrome de Down?
O primeiro mito que precisamos desmistificar sobre a Síndrome de Down e problemas oculares, é que crianças portadoras precisam primeiro aprender a ler e a escrever antes de serem avaliadas por um oftalmologista. Isso não é verdade porque todas as crianças, independente de serem portadoras de Síndrome de Down ou não, precisam ter a sua avaliação oftalmológica feita o mais cedo possível.
Quanto mais cedo a criança com alteração no Cromossomo 21 for ao médico, melhor. Existem tratamentos para condições oculares como a Catarata e o Estrabismo que, quanto antes forem diagnosticadas, melhor vai ser o prognóstico da doença.
A cirurgia refrativa é indicada para pessoas com Síndrome de Down?
Da Síndrome de Down e problemas oculares mais comuns, o principal é o surgimento do Ceratocone, condição que provoca a deformação da córnea e que também pode ser um problema genético. Nesses casos, a cirurgia refrativa é contra indicada em qualquer pessoa que apresente o Ceratocone, e não só em pacientes com Síndrome de Down.
Como o Ceratocone é mais comum na Síndrome de Down, o cuidado certo deve ser feito para afastar completamente o risco da pessoa portadora acabar desenvolvendo essa condição.
Síndrome de Down e problemas oculares: principais alterações
Fendas palpebrais estreitas e oblíquas
Pode ser visto em 80% dos pacientes com Síndrome de Down.
Epicanto
É o distanciamento dos olhos, e que pode facilmente ser confundido com um estrabismo. O Epicanto está presente em cerca de 60% dos pacientes com Síndrome de Down.
Ametropias
É a presença de grau refrativo nos pacientes. Antigamente, as pessoas acreditavam que a maioria dos pacientes portadores dessa alteração genética tinham Miopia e, depois de muitas pesquisas, foi constatado que a principal alteração ocular presente nos pacientes é o Astigmatismo – cerca de 60% dos casos. Em seguida, a Hipermetropia se destaca com 26% e, em último lugar, a Miopia com 13%.
Anomalia de íris
Caracterizadas pelas manchas de Brushfield. Estas manchas acontecem em quase 40% dos pacientes com Síndrome de Down.
Estrabismo
Apesar do Estrabismo ser facilmente confundido com o Epicanto, ele também faz parte das alterações visuais mais comuns em pessoas portadoras de Síndrome de Down. Nestes Estrabismos, que aparecem entre 24% dos casos de alteração no Cromossomo 21, 40% dos pacientes apresentam a condição virada para dentro. Chamado de Estrabismo Convergente, ele pode estar associado a uma convergência acomodativa pela ausência do grau refrativo. Usando o óculos de grau correto é possível corrigir esse estrabismo.
Blefarite
Aparecendo em quase 30% dos pacientes com Síndrome de Down, a Blefarite é a irritação da pálpebra rente aos cílios e que pode formar a blefarite seborreica. A Blefarite pode causar uma inflamação nos olhos, muitas vezes repetitiva, que pode prejudicar o aprendizado de crianças portadoras da síndrome.
Obstrução das vias lacrimais
Alguns pacientes possuem inflamações frequentes nos olhos por conta de obstruções no escoamento da lágrima.
Alterações Retianas
Aparecendo em 25% dos pacientes, essas alterações podem estar relacionadas a altas miopias.
Nistagmo
Um leve tremor nos olhos e que, geralmente, estão relacionados à uma baixa acuidade visual ou a uma ambliopia. Por isso,é muito importante que os problemas refrativos sejam tratados antes dos sete anos de idade e, assim, ajudar a diminuir a incidência de baixa visão no olho por ambliopia.
É muito importante que os pacientes com Síndrome de Down sejam examinados entre os 3 e 4 anos de idade, período em que a visão cerebral ainda está em desenvolvimento.
Catarata Congênita
Acometendo cerca de 2% dos pacientes, a Catarata Congênita precisa ser tratada o mais cedo possível com uma cirurgia ocular. Os pacientes precisam ter um ótimo exame pré-operatório porque alguns deles podem possuir alterações cardíacas e que influenciam a cirurgia de correção da Catarata.
É recomendado que crianças portadoras de Síndrome de Down tenham um acompanhamento feito pelo clínico geral, pediatra e oftalmologista e que todos deem as devidas autorizações à realização da cirurgia.
Conheça a Oftalmologia Integrada
Agora que você já sabe como os problemas oculares afetam portadores da Síndrome de Down importância de cuidar da sua visão, não deixe de procurar assistência oftalmológica e de marcar consultas regulares com o seu médico. A Oftalmologia Integrada possui uma equipe qualificada em prevenção, diagnósticos e tratamentos para garantir a melhor saúde de seus olhos, conte com a gente!