Irmâ mais velha segura a mão do menininho que veste uniforme escolar e usa uma mochila nas costas. A volta às aulas e a rotina escolar.

Volta às aulas! Já fez a consulta ocular de rotina? 

Nas últimas semanas, grande parte das escolas públicas e privadas do Rio Grande do Sul retomou suas atividades normais. Popularmente, esse período de retomada da rotina escolar, a volta às aulas, é entendido efetivamente como “ o início do ano”.  Isso se deve ao fato de que o pós-férias traz de volta aos centros urbanos a normalidade dos dias, o ritmo frenético do cotidiano das pessoas. E, para que tudo transcorra da melhor forma, é preciso estar com a saúde em dia!

Quando se pensa em saúde geral, especialmente neste período de volta às aulas, é preciso lembrar que a saúde dos olhos é valiosa! Para que tanto crianças quanto adolescentes possam desenvolver suas competências sem prejuízos causados por problemas oculares, como é o caso dos erros refrativos. 

A volta às aulas é motivo de felicidade para quatro crianças do ensino fundamental que correm para a escola com suas mochilas escolares nas costas.

A visão é o órgão dos sentidos responsável por captar a maior parte dos estímulos sensoriais, garantindo interação entre o meio externo e o organismo. Ela é essencial para a construção intelectual do indivíduo, permitindo o aprimoramento de suas capacidades intelectual, psicomotora e de convívio social. Sendo assim, a consulta ocular de rotina deve estar entre as prioridades no início do ano letivo dos estudantes.

Dados apontados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, cerca de 285 milhões de pessoas no mundo têm a visão prejudicada, sendo que a maioria dos casos poderiam ser evitados – entre 60% e 80% – ou dispõem de tratamento. No Brasil, o último Censo Demográfico (IBGE 2010) identificou mais de 35 milhões de pessoas com algum grau de dificuldade visual. 

Volta às aulas e prevenção de doenças oculares  

Doenças oculares podem ser provocadas por vários motivos, desde causas genéticas até hábitos e estilos de vida. Estas podem , se não diagnosticadas a tempo, levar à dificuldade na visão e até mesmo, em casos mais graves, à cegueira. Daí a importância de fazer o acompanhamento oftalmológico, especialmente na volta às aulas!

Conforme o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% dos estudantes do ensino fundamental apresentam alguma alteração oftalmológica. Além do mais, aproximadamente 10% dos alunos primários necessitam de correção por algum erro refrativo. Especialistas apontam que  as alterações visuais mais comuns nesta fase são os erros refrativos: miopia, astigmatismo e hipermetropia. Entretanto, o estrabismo e a ambliopia também foram apontados como problemas muito comuns em crianças. Embora nem sempre seja dada importância a estas condições, vale destacar que apresentam sério risco de danos irreversíveis à visão, caso não tratadas corretamente. 

Menininha, usando óculos pretos e vestindo uma blusinha vermelha com flores brancas, lê um livro de histórias sentada no pátio da escola enquanto aguarda a volta às aulas.

Erros refrativos mais comuns em estudantes: 

Miopia: caracterizada como uma das doenças oculares mais comuns. A condição caracteriza-se por apresentar dificuldade em  enxergar claramente os objetos que estão longe, mas ver objetos que estão perto. Os míopes costumam apertar os olhos para ver melhor e aproximar os objetos dos olhos. As crianças portadoras da condição, que não usam óculos, normalmente preferem realizar atividades como leitura, pintura, ou outras que possam estar próximas às mãos; 

Astigmatismo: condição ocular bastante comum em estudantes, ocorre quando diferentes curvaturas corneanas ou irregularidades na córnea formam a imagem em planos diferentes, o que ocasiona a distorção das mesmas. Os portadores de astigmatismo, não usando óculos, podem apresentar dores de cabeça, ardor ocular e vermelhidão nos olhos, durante os esforços visuais para perto e longe. Vale destacar que este erro refrativo pode estar associado à miopia ou hipermetropia. Além disso, no início do tratamento com o uso de óculos,  costumam sentir desconforto ocular , sensação que desaparece em poucas horas ou dia; 

Hipermetropia: este é um erro de refração em que há dificuldade de enxergar de perto, caracterizada pela visão desfocada, ou seja, ela fica ruim ao ver objetos próximos, mas perfeita para ver o que está longe. É comum aos portadores de hipermetropia, que não usam óculos, ter dores de cabeça, tonturas, cansaço visual em atividades que exijam leitura e escrita, por exemplo.

Estrabismo e Ambliopia :  como afetam a aprendizagem dos estudantes?  

O Estrabismo (“olho torto”) é considerado uma doença ocular que não melhora espontaneamente. Ocorre quando há quebra do paralelismo entre os olhos. 

Rosto de um menino com estrabismo em close-up.

Durante o funcionamento dos olhos, ao observarmos um objeto, eles devem se posicionar paralelamente, para que o cérebro funda em uma só as imagens recebidas por cada olho. Já, quando olhamos de perto, os mesmos devem convergir e focar igualmente no mesmo ponto. Havendo alteração nesse sincronismo, caracteriza-se o estrabismo. 

A condição pode acometer um olho ou os dois. Quando não tratado, além de prejudicar a estética, pode levar à ambliopia. O tratamento, em alguns casos, além do uso de óculos, pode ser a cirurgia para posicionar os olhos corretamente. No entanto, o melhor tratamento ainda é o preventivo. 

A Ambliopia, também conhecida como “olho preguiçoso”, é a condição ocular caracterizada pela visão reduzida, mesmo após correção visual com óculos ou lentes de contato. A redução da acuidade visual pode ocorrer apenas num olho (ambliopia unilateral) ou, então, nos dois olhos (ambliopia bilateral).  

A ambliopia na criança começa durante a infância e primeira infância, alguns problemas já estão presentes no nascimento (ambliopia congênita). Nos adolescentes e em jovens, na maioria das vezes, é detectada tardiamente. 

Um menino feliz com um oclusor em seus óculos está sorrindo

Nos primeiros 7 a 10 anos de idade o sistema visual se desenvolve de forma rápida. Por isso é essencial perceber a urgência de tratar a ambliopia nas crianças, sob pena de serem provocados danos irreversíveis na visão e até cegueira. 

O tratamento costuma ser a oclusão do olho bom, para forçar o “olho preguiçoso” a enxergar; o uso de óculos está geralmente associado ao oclusor. Mas vale ressaltar que o mesmo deve ser efetuado de acordo com a causa, o grau de severidade do problema e a idade do paciente. 

Formas de prevenir problemas com a acuidade visual de crianças e jovens

A melhor forma de proteger os olhos, com certeza, é a visita regular ao oftalmologista. Nada substitui o diagnóstico realizado por um médico. No caso específico dos estudantes, para prevenir complicações futuras, é fundamental realizar uma avaliação logo após o nascimento da criança (teste do olhinho) e outra aos 6 meses de idade. A partir de então, a consulta é semestral até os dois anos e após essa fase as visitas são anuais.  

Saúde infantil - menina com a mãe na clínica oftalmológica verifica a visão.

No entanto, além de visitas periódicas ao oftalmologista, alguns hábitos podem ser adotados pelos estudantes no dia a dia para a prevenção de doenças, inclusive as  potencialmente graves que podem afetar os olhos. São eles: 

  • evitar coçar os olhos;
  • piscar com mais frequência e fazer pausas repetidas para lubrificar as córneas e evitar o ressecamento dos olhos, principalmente provocado pelo uso excessivo de telas;
  • lavar os olhos com bastante água limpa, se neles cair qualquer substância;
  • usar óculos ou lentes de contato, se for o caso, apenas quando prescritos por médico oftalmologista;
  • consumir mais peixe: o alimento é rico em ômega 3 e contém vitaminas A, B,D e E, essenciais para a saúde;
  • praticar exercícios físicos, manter o peso adequado e uma boa alimentação.

Sistema de Oftalmologia Integrada em Porto Alegre  

O Sistema de Oftalmologia Integrada, fundado em 16 de janeiro de 2012, é uma Rede de Clínicas voltada exclusivamente à saúde ocular da população.

Nosso esforço é voltado a prestar um atendimento integral baseado em quatro pilares: prevenção, diagnósticos precisos, tratamentos clínicos e cirúrgicos resolutivos.

Atualmente, a Oftalmologia Integrada atende em três grandes polos de saúde, Serra Gaúcha, Porto Alegre e Região Metropolitana, promovendo de modo sustentável e inovador a gestão de recursos na assistência oftalmológica.

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